Os Humanos do Orkut

Ernesto Guevara Lynch de la Serna, ou simplesmente "El Che", como o conhecemos, não foi um marxista comum. Além de ter asma, ser formado em medicina, sair bem em fotos, ter sido responsável pela morte de 49 soldados da Bolívia e permanecer em nossas mentes cristalizado no ápice de seus 39 anos e "esbanjando jovialidade", Che também fez história em seu revolucionarismo.

É interessante, contudo, constatar o empenho da Revista VEJA em ignorar a maioria dos fatos - fatos estes positivos -, para ressaltar, em sua reportagem de capa da edição de dois de outubro, relatos no mínimo parciais sobre a vida de Che Guevara e sua personalidade. Dizer que Che cheirava mal e tinha, como sangüinário que era, o único objetivo de matar o máximo de pessoas que pudesse, foram as afirmações mais felizes de Diogo Schelp e Duda Teixeira, na referida matéria.

O sentimento de humilhação de quem conhece, pelo menos de maneira superficial, a história do comandante, é um "bônus" com a leitura de "Che - A Farsa do Herói". A sensação é de que os jornalistas (ir)responsáveis pela reportagem pisam e sapateiam na inteligência e senso crítico de seus leitores. Audácia pouca é bobagem.

Estender-se nesta análise sobre uma matéria surpreendentemente tendenciosa, até mesmo em nível de VEJA, é um desperdício, todavia. As comunidades sobre Che Guevara, Comunismo e contra a revista supracitada já ferveram em discussões acerca do tema. É só dar uma vasculhada nos tópicos do início do mês. Vale muito mais à pena do que ler a VEJA, e ainda é de graça.

Leu na Veja? Azar o seu!
Ernesto Che Guevara
Clichês Anticomunistas