Nova Mídia altera o valor do conteúdo
Written by Ombudsman on 4:07 PMEm entrevista à Gazeta Mercantil, sociólogo fala sobre as novas mídias e como isso influencia os meios atuais de informação.
Marcelo Coutinho, é doutor em sociologia pela USP, professor da pós graduação da Faculdade Cásper Líbero. Em seus estudo, deu mais ênfase ao impacto da tecnologia na economia e na comunicação.
"... milhões de pessoas serão impactadas pela série Lost na TV, e alguns milhares de espectadores vão prolongar a vida desse conteúdo por semanas ou até meses."
Gazeta Mercantil - Pode dar um exemplo adequado ao contexto de um jornal ou revista?
Marcelo Coutinho - Gosto de citar o The New York Times. Se você perguntar para qualquer pessoa da minha geração, de 40 anos para cima, qual é o slogan do NYT, ela dirá “all the that´s fit to print”, ou seja, tudo o que um grupo de editores julgou adequado ser impresso. E qual o slogan do NYT na internet? “Onde as conversas começam”. Isso é muito bem sacado e demonstra a compreensão dos mecanismos que estão diante da mídia. Mais que algum conteúdo para ser impresso e distribuído, busca-se um material que circule entre as pessoas. Como isso pode ser feito e medido? Esse é o Santo Graal que todo mundo persegue. Temos de um lado um mercado de conteúdo produzido por grandes corporações. De outro, um mercado social (os Orkuts, os LinkdIns, os Twitters da vida) no qual os conteúdos circulam. O desafio é fazer com que o conteúdo produzido no mercado econômico também seja medido no mercado social e passe a ter um valor financeiro dentro desse mercado social. Exemplo: existe alguma maneira de gerar receita com uma notícia da interessante da Gazeta Mercantil que eu leve para meu Orkut, Facebook ou Twitter? Acho que existe, mas ainda não conseguimos encontrá-la. A indústria da mídia se encontra diante da mesma oportunidade que surgiu com o aparecimento da televisão. Mas ficar demonizando as mudanças não resolve. Tem de encontrar uma solução.
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